Inda lembro quando criança, das coisas boas da infância (e das ruins também)!
Lembro dos brinquedos desejados, da vergonha que se tinha de exigir algum presente e da vontade louca de um "sim" inesperado pra algum desejo que a gente guardava lá no peito, e que, só os amigos mais amigos, sabiam!
Fui uma criança muito, muito atentada!
Apanhei muito e tive meus castigos bem castigados.
Não era culpa minha que a "época" exigia um comportamento pacato e reprimido, quase celibático. Eu nasci querendo já ter asas que voassem! Era curiosa (e sou)!
Vejo o mundo por lentes próprias e em cores que só eu consigo perceber, sabores que são só meus... e, adorooooooo!
Trouxe na minha bagagem pra esta vida, minha cota de deslumbramentos e vivo a intensidade das minhas escolhas e caminhos.
Lembro das coisas que as crianças de agora não tem mais: brincar na rua de pique-esconde, pega-latinha, garrafão, amarelinha, queimada, pera, uva, maçã...
Hoje, a intimidade assombrou os sonhos e as meninas, são mulheres e mães muito cedo. Descobrem elas que brincar de papai e mamãe tem um gosto de responsabilidade que as bonecas de antes não impunham.
Lembro da família em volta da mesa nos almoços de domingo, regados a trapalhões, coca-cola, macarronada e frango assado. Dos natais com tender e peru Sadia, do arroz à grega e espumante Sidra, dos presentes embaixo da árvore e amigo-oculto da família com presentes de R$ 1,99.
Parece que éramos tão felizes!
Nos meus aniversários, papai e mamãe me acordavam cedo!
Adentravam alegremente meu quarto, cantando parabéns e me abraçavam abençoando a minha vida. O presente? Nem sempre vinha, mas, parecia (e hoje sei que sim) que apenas por isto, já o tinha recebido.
Hoje fecho os olhos nesse meu aniversário e lembro de tantas coisas... mas, sei que o tempo é nosso maior conselheiro e se incumbe de fazer com que a nostalgia seja doce e o futuro, mesmo incerto, tenha também suas cores.
Saudades deles...
Saudade de mim...
É a vida.